domingo, 11 de setembro de 2011

Discurso aos Ventos


Ao limite de minha esperança,
Eu padeço
E sobre o céu de retalhos que me compõem
Eu estou descalço e nu.

Resiliência, aquela pura e essencialmente infantil
Conheci somente em uma época da qual já não me recordo mais
A minha consciência é o que me sobra
Tão sóbria, tão chata... Não me satisfaz.

Se minha existência dependesse de memórias
Eu já não existiria a algumas décadas
Uma vez que nas minhas lembranças deturpadas
Nunca pude confiar.

Mas reanima-me – por incrível que pareça –
O fato de eu ainda poder sonhar
Alias, sonho com tal facilidade
Que talvez um sonho é o que eu venha a me tornar.

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