terça-feira, 14 de maio de 2013


Arrebatou-me de surpresa toda a movimentação, não conseguia perceber de onde vinham ou como me seguravam, mas quando dei por mim dois sujeitos vestidos de preto já me seguravam um em cada braço. Sem exprimir qualquer força aparente eles conseguiam evitar toda tentativa minha de fugir, por mais que eu tentasse, empurrasse, pulasse ou forçasse, eu não conseguia escapar daqueles que me prendiam. Da penumbra surgiu o terceiro, igualmente vestido de preto, que avançou contra mim com o punho cerrado. Esforcei-me no limite de minhas forças, mas não me movi um centímetro e o punho acertou em cheio meu estomago. Minhas pernas tremeram e cederam com a dor que se espalhava, queimando todo o meu abdômen. Os outros dois me libertaram, como se seus braços sublimassem através dos meus, e os três seguiram novamente para a penumbra gargalhando, mas não sem antes olhar para trás e permitissem-me que visse seus rostos. A dor se atenuou sobre o impacto daquela imagem, nos rostos dos três tudo o que eu via era apenas o meu próprio...


terça-feira, 7 de maio de 2013

A Deriva


E eu, 
Sempre tão bobo,
Sempre tão melancólico,
Não percebi o trem partir.


Não trouxe fogo, nem alimento
E o inverno sussurra em meu ouvido
a doce, porem fria, canção da noite.

sábado, 4 de maio de 2013

(Des)locado



Tire vontade de mudar,
Fui ao longe, fui além,
Mas deixei pedaços pra trás,
Pedaços que me chamam,
Gritam-me
Toda vez que minha mente viaja de volta.

Doe não olhar para trás,
Mas machuca mais ouvi-los gritando.

– Volte, volte!
Mas já fui... Sem nunca ter partido.

quarta-feira, 1 de maio de 2013